‘Bahia virou resort para a criminalidade’, diz Sandro Régis ao criticar gestão da segurança no estado

Parlamentar repercute megaoperação no Rio de Janeiro e afirma que falta comando político para enfrentar avanço do crime organizado

A escalada da violência no país, evidenciada pela megaoperação no Rio de Janeiro, reacendeu o debate sobre segurança pública na Bahia. Para o integrante da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Sandro Régis (União Brasil), o governo baiano não tem dado condições para que as forças policiais atuem com firmeza no enfrentamento ao crime organizado.

“A Bahia virou resort para a criminalidade. Virou resort para as organizações criminosas, porque é um Estado de inversão de valores”, afirmou o parlamentar, em entrevista à CBN Salvador. Segundo ele, o problema não está na atuação dos policiais, mas na condução política da segurança. “A polícia da Bahia é composta por heróis. Mas o chefe da polícia é o governador do Estado. E nós não temos um governador que realmente priorize o combate à criminalidade”, apontou.

O comentário veio após o governador Jerônimo Rodrigues afirmar que a Bahia compartilhou informações de inteligência com as autoridades fluminenses e defender, em declaração pública, que “a polícia tem que cuidar da vida”. O petista também disse que as organizações criminosas estão “sob controle” no estado.

A resposta de Régis foi dura: “É querer tratar o baiano como ignorante. A Bahia hoje está pegando fogo. Tem cidade pequena onde a polícia não consegue entrar. Salvador ainda é capital; o problema maior está no interior”, avaliou.

O deputado citou estados governados por adversários políticos do PT, como Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás, e Jorginho Melo (PL), em Santa Catarina, para defender modelos mais rígidos de enfrentamento ao crime. “Lá a tolerância é zero. Aqui, o policial pode ser punido e o bandido tratado como vítima”, atacou.

A Bahia lidera, há anos, índices de mortes violentas no país, quadro que o governo estadual atribui ao avanço de facções nacionais e ao aumento da circulação de armas pesadas. A oposição, por sua vez, cobra ações mais ostensivas e mudanças na política de segurança.